Epístola ao nada

     A canção estava pronta numa indagação dentro das asas de um futuro… passado que se chocaram. O vento desdobrou as entranhas da fala incomunicável e sem junturas, pois aos pedaços se dissolviam por todo aquele destino. O som rebatia todas as horas mais reflexiva, mas não conseguia captar aqueles ruídos e transforma-lo em algo digestivo numa rotulada compreensão que poderia se perde aos grãos neurônicos de uma memória com suas deslembranças mantidas ao silêncio…

     A significação daquele cortante momento- palavra não se teoriza em nenhuma filosofia, teologia e pensamentos, mas em apenas a reconstituição do nada por meio de sua origem…O nada que nunca teve a oportunidade audaciosa de se apresentar dignamente, embora tenha perdido tempo em “pregas valorosas” que não puderem revelar a sua cor perceptível, pois ficaram em seus vestígios e sombras. E não existe uma provavelmente verdade pior do que ficar à margem sombreada de fragmentos e caóticos rastros. Por isso, basta de falsas configurações sobre o nada.

     O nada é aquilo que jamais pensou sobre esse. Essa exclusão está mais presente do que a própria inclusão, para isso, é mais simples viver para excluir quando se trata do nada. Portanto, a carta que escrevo marca as minhas rochas desvozeadas de súbito e gritante sofrimento. Também não se trata de um manifesto ou de uma tese coerente. É apenas fluxo sem linha e sem origem, mas um dia poderá deságua em algum vale à luz de uma nova perspectiva de despensamento humano. Não que sejam ideais válidas, no entanto, apenas provoque os espasmos que circulam aquilo que considero alma.

     Hoje pela manhã o nada me visitou novamente, sem piegas e tristeza, foi melhor do que a tão sonhada em noites sonâmbulas e idealizada felicidade. Entretanto, entreabriu meus pensamentos iniciais e corrompeu minhas rupturas para divagar no infinito de algo incoerentemente em direção às línguas e linguagens que conhecemos. Mas mesmo assim, arrisco em riscar meus rabiscos rasgados no papel que fragmentam a minha totalidade.

     Esse ser andrógino ou esse não-ser. Esta descoisa. Porém tenho uma verdade passei amá-lo como uma libertação que purifica aquilo que ainda nunca existiu e espera a luz ofuscar para revelar seus sussurros. Sei que, agora, por toda a minha vida meu amor ao nada será cumprido como uma promessa de canção inacabada e rachada pelo silêncio. Isso não significa que deixei de acredita nesse sentimento, no entanto, o estágio dele não é humano e por enquanto se estabelece na dimensão da desmaterialização e despiritualidade que é algo que fica no viés dessa dicotomia. É a somatória das indefinições. Não posso afirmar que é novo, mas para minha vida isso é um fato. Ou melhor, in-fato , pois me encontro dentro de toda a minha vida em forma metonímica rítmica de ser desprender.

     O ritmo da noite se entornou em azul cristalino que se escondeu na imaterialidade. Por toda a minha vida. Por toda a minha fragmentação. Meus votos ao nada que amparou meu amor não-humano como elogio à vida e seu direito de se calar….

A poesia do encontro

     A escuridão era a visão mais nítida que ele poderia enxergar, pois era cego de nascença e aqueles que pensam que isso o afligia ou o tornava inferior estavam completamente enganados. Às vezes, o pior cego é aquele que vê, mas não encontra o digno sentido para as coisas e se perdem em julgamentos de sua alma decrescente. Todavia, a poesia daquela olhar que na concepção humana não via nada, na realidade, enxergava além dos reais sentimentos.

      Desde criança tinha uma magia que o leva ao deparo das palavras que apesar de serem cegas sensibiliza qualquer pessoa. Nada o impediu de se formar na faculdade, concluir sua tese de mestrado e, recentemente, defenderá sua de doutorado em que muitos ao início tiveram um preconceito que se misturava em insegurança precipitada, entretanto, tudo que se via era a  enorme eficiência dele.

     Foi numa certa noite, que algo inesperado surgiu do fundo de seus olhos e corrompeu o vulto da realidade. Ele não sabia, mas jamais esqueceria aquele toque sedosos em suas mãos e aquela respiração sibilante que sentia embaçar seus pulmões de tanto oxigênio puro. ” Que estranha sensação que sinto. Por que eu falo e ela não responde? Bem é melhor me despedir.” 

     Um pouco longe dali, uma moça mediana de olhos pretos alveolares estava vidrada em um som que não poderia escutar. Mas fazia de seu olhar os ruídos, os barulhos, a brisa suave, o som gritante e o sussurro. Aquele olhar transformava tudo que as pessoas falavam em verdadeiras palavras, juntamente, com suas omitidas ou explícitas intenções. No entanto, aquela noite estava insólita, não por causa da palestra, mas da presença cativante de um distinto e poético homem. Nunca pensou que havia uma categoria similar, porém, notou uma vida singular em seu olhar. Mas ele não conseguiu compreender os sinais que ela transmitia. Será que ele não sabia LIBRAS? Depois de muito refletir nos pesares leves de seus sentimentos adormeceu no som novo de sua vida. ” Outro dia…outra poesia…outro coração…” 

     Aqueles olhos azuis escuros despertaram e perceberam que sua escuridão se transformou em nuances vermelhas e arroxeadas. Não poderia se esquecer de fazer sua caminhada matinal, pegou um livro em Braile que estava lendo, ” A Poesia do Encontro”, escrito em parceria de Rubem Alves e Elisa Lucinda. Partiu para o encantamento que era o parque perto de seu apartamento. Chegando lá, sentou em um banco que sentia ser perto de um ipê amarelo e iniciou sua leitura.

     Naquela noite, sonhou que todos os sons que tinha vivido tinha se personificado, o mais surpreendente foi escutar a batida de seu coração. Ela deixou um bilhete e saiu de casa.

     Por trás daquele ipês amarelo, viu aquele homem peculiar e resolveu se aproximou, após um certo tempo, percebeu que ele era cego. E agora como poderia se comunicar? Não se restringiu continuou a seguir e sentou ao lado dele. No mesmo instante, percebeu que ele falava suavemente. Mas ela nada entendia. Isso também não importava e os dois entrelaçaram as mãos e ela colocou a mão dele em seu coração, ele respondeu fazendo o mesmo. Naquele compasso rápido, eles sentiram a verdadeira expressão do amor que se transmite no mais puro silêncio de uma escuridão renascedora. Essa era a poesia de um encontro.

No limite dos pontos

     Reflexões vagas transpiram aquilo que tenta, inutilmente, ser expressivo, todavia se perdem em uma rodovia qualquer em que o ponto ainda não foi reservado…

     Dentro de suas inquietações estava degustando uma nova paisagem que paralisava seus sonhos.

     Por detrás de um suspiro corajoso, subia além da racionalidade e se esquecera dos seus verdadeiros sentires. Em qual alma vagou sua cintilante esperança?

     Era uma categoria que não havia resposta escrita, somente vivida!

“Meu coração não se cansa”

Quando tempo congela verdades impactantes, uma lágrima é guardada dentro de sua reluzente esperança. Estava escorrendo suavemente. Estava com uma respiração receosa em que se afogava aos poucos,  pois estava apenas no seu estar (verbo de ligação que conectada toda a sua vida). Aquele estado tão insolente e decrépito que esmagava o resto de suas tristezas. Não teria significações para sentir infeliz, porque tudo acontecia inversamente, somente uma coisa a incomodava. Sabia que isso era pior do que silêncio sem despedida. Por que as gotas daquela chuva ainda a afetava?

Entretanto, tinha uma grandiosidade dentro dela o qual tinha certeza que sua dignidade é maior do que qualquer decepção das pétalas escarlate da vida. Neste presente, viveria o lado mais sábio que era ser feliz dentro de seus sonhos iluminados.

A chuva suspirou e ela respondeu:
-“Meu coração não se cansa.” – fechou os olhos e vislumbrou seu sorriso na janela embaçada.

Ela é feliz e sabe que sonhar antecede o seu viver.

O Adeus das reticências

A tristeza é passível as circunstâncias do tempo em que enterra a cada dia uma nova forma de metamorfose….
Naquele manto, descobria o mundo por baixo da terra úmida de uma garoa discreta que renascia aquele sol insosso e matinal…
Não existia mais nenhuma forma de brilho renovadora, apenas uma silenciosa música não cantada que fervilhava ao entardecer das folhas….
As árvores cresciam de acordo com as incertezas. Naquelas cinzas que se espalhavam ao solo anoitecia dentro de seus sonhos….
Uma forma de se despedir sem dizer nada, somente tênues três pontos ficaram cravados no céu como estrelas desadormecidas
Pelo menos, no silêncio não sofrereria mais nenhuma uma ilusão….

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Profundezas respiratórias

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Parte I

   Naquelas navegações se afogava dentro do próprio fôlego de maneira majestosa e única…
Engolia a própria sobrevivência que escapava, levemente, de seu corpo.
-Desperte! Agora! Viva!- as ondas agressivas navegavam em seus ouvidos.

   Estava tonta de tanto nadar sem rumo naquele imenso mar, contudo, algo mudará tão rapidamente que se esqueceu que estava morrendo. Mas a morte seria tão líquida e fugaz. Como poderia se extinguir daquele modo tão decadente?

   Relutou novamente contra as curvas mortais e resolveu insistir na sua própria sobrevivência que estava tão próxima e a motivava em cada respiração por mais ofegante que fosse. Foi naquele tempo em que percebeu que estava dentro de seu próprio coração, pois se afogava em meios de todos os sentimentos, sensações e pensamentos que foram construídos até aquele momento.

   A sua respiração estagnou-se, porque estava alcançando aquilo o qual jamais pensou que conseguiria. Uma explosão de ondas a levou para longe dali.

Parte II

   Os seus pulmões estavam perdendo todo o ar que existia. Uma onda furtiva transpassou pela escuridão daquelas profundezas, sentia que estava sem ar e inerte próxima à morte. Entretanto, as sombras ainda estavam adormecidas. Estava engolindo o licor da concentrada e impregnada alma que a incomodava como um silêncio que não se quebra. Não sabia quanto tempo ficara sem ar, mas nada se sucedeu…

   Uma inquebrável onda a afundou ainda mais. À medida que chegava nas profundezas, ficava sem ar e naquele vácuo existia seu próprio amor e dignidade que restauraram suas forças e retornou ao céus juntos com cinzentas estrelas.

Imortalidade

   Um traço decompôs aqueles fatos na imortalidade e doeu dentro da naturalidade de um sorriso triste, mas sabia que  “(…) escrever é um divinizador do ser humano (…)” . (Clarice Lispector)

   A única forma de sentir é esperar novamente a visita da esperança para eternizar suas fontes que privariam dos enlaços da morte.

Memórias de uma gota

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  Na elegância daquelas luzes escondiam fumaças de realizações que suspiravam, suavemente, suas senhas distantes.

  Cada dia passara com muita força em que a partir de sua sinceridade conseguiu superar todas as dores de maneira, humanamente, invencível.

Os pontos foram traçados para outra direção incerta. Pois, estava no limite da sua felicidade imersas em suas gotículas memórias em que deslizavam em um passado que não fazia mais sentido. Somente o presente a surpreendia, porque agora entendera uma coisa: “Existe um espetáculo maior que o céu: é o interior da alma.” (Os Miseráveis, de Victor Hugo)

Lá dentro, vivia seus maiores sentimentos silenciosamente na noite chuvosa.

A eternidade esperançosa e efêmera

Uma aflição saudável transpirava pelo eco desconhecido daquele futuro. O medo estava se ofuscando e cada suspiro se perdia novamente. Tinha uma decisão selada dentro de seu coração,pois estava preparada para todos os feitiços que dariam apenas para uma ilusão sangrenta. Estava com sua proteção dentro de si e a cada passo e respiração exalavam o seu desejo maior de ser feliz e de um dia sentir as sutilezas do amor.
As suas esperanças eram maiores do que poderia medir e calcular a sua área ou perímetro , estava também além daquilo conhecido como eternidade. Porque sabia que isso era apenas uma margem do que havia de gigantesco. Ainda não tinha acesso a essa grandeza, porém essa força a embalava como um velcro prometido.
Estava a deriva das formações de palavras que se misturava em composições ou derivações em que ambos buscavam o mesmo e radiante rumo em que estava próximo demais de seus olhos e longe demais de seus medos. Não se importava o que sofreria nos anos futuro ou no seu presente, apenas considerava uma coisa que sua vida dependia de suas esperanças e seus mais incrédulos sonhos os quais se confundiam com o brilho eterno da realidade que saltava das veias daquelas palavras.
Naquele instante, queria mais do que grandes ondas marítimas, gostaria de sentir o sabor desconhecido anoitecido pela verdade imortal que liderava todas as formas sensitivas.
Naquele noite, não deixaria novamente seus receios e preocupações cruzarem e destruirem sua história, estava pronta para grita a sua emancipação, porque todos mereciam ser felizes por mais nebulosas que fosse as suas almas. Pois dentro existiam as substâncias que conduziam ao estado de graça.
Lentamente, aguardava ansiosa esse período tão sublime e efêmero. Por mais veloz que fosse não se entristecia com fim, porque era uma efemeridade eterna.
Uma ave parou sobre o asfalto úmido e formou uma curva parecida com sua alma. Faltava apenas uma parte…

Pupilas Versificadas

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Sutilmente, um sorriso estampou um segredo
em que jamais tinha visto.
O que jazia de maneira tão genuinamente?
A vida era nova.
Convida as transformações lentamente.
Para viver é preciso sentir a pureza
atrás de cada simples e enigmático olhar.
Simplicidade de ser feliz é…
Silenciar o vazio até se dissipar
e penetrar inteiramente no universo das cores.
Aqueles eram os verdadeiros lapsos de felicidade.

Pressupostos da verdade cintilante

O que antecede um verdadeiro despertar?
Antes de conhecê-lo havia um labirinto de incerteza.
Antes de vivê-lo existia apenas ilusão.
Antes de senti-lo estava presa em seu desespero
que engolia como uma palavra mal-escrita.
Antes de vê-lo pensava que era impossível.
Agora que o despertou chegou….
todos os soluços foram transmitidos pela chuvas
E cada sorriso vigorou como a própria respiração.
Incondicionalmente, aquele seria sempre seu precioso….
Despertar!
A doce liberdade suspirou:
-Veja o que está por detrás daquelas gotas…
Havia muita luz sabia que era uma gloriosa felicidade
e a cintilante verdade.

Metamorfose silenciosa das camélias

     Algumas partes se desfragmentaram como se tivesse um propósito particular e secreto para se cumprir. Dentro de sua mente, vivia aquela névoa de realidade, no entanto, será que universo seria produto de seu subconsciente que ficava cada vez mais inacreditável. Desse modo, escondia-se de maneira imperceptível à simplicidade do olhar que, às vezes, refletia uma realidade momentânea, mas sempre retornava a sua origem que era aquela uto-realidade.

     A memória naquele instante foi substituída pela amnésia de ramos de sofrimentos em que tudo que esmagava seu coração se transformou no próprio vazio. Dentro de lá, só existia o eco silencioso de algo que nunca mais perturbará a imagem de si mesma.

     Naquela floresta, as árvores despediam de uma era antiga e festejavam sutilmente o nascimento de novas formas puras de vida que perfuravam o solo endurecido. Ao lado de uma formosa e resistente camélia havia um lago esverdeado pelo musgo do esquecimento e ela se aproximou para observá-lo de perto, todavia quando percebeu não existia nenhuma forma de seu reflexo. Primeiramente, levou um súbito susto, porém admirou a ideia de não fazer mais parte das formas escurecidas que seu destino lhe mostrou de maneira tão humanizadora que nem se incomodou com a tristezas e a dores resultantes. Pois ambos representavam uma transcendência incomum e um presente favorável no ritmo natural de uma tímida e gradativa felicidade.

     Dentro da gravidade das novas coisas, pegou uma camélia vermelha e despedaçou naquele lago que se secou, repentinamente, como relâmpago não planejado o qual escapa sorrateiramente do céu. Agora, dentro de si sabia que nada mais a perturbava, porque sabia que aquele fora o último adeus.

     Caíam pingos grossos de chuva e parecia rapidamente como se fosse um modo de se livrar da prisão daquelas nuvens acinzentadas. De repente, algo perto dali gritou tão alto, mas ela não escutou nada. Porque sentia que o mistério da vida está na quietude de um cintilante e renovador dia.

     No fundo de sua mente guardava aquele trecho que fazia tanto sentido naquele momento: “(…) tenho a impressão de que a partir de tudo isso surgirá de um fato novo e autêntico, ao mesmo tempo quente e íntimo, que me resuma tão claramente quanto um nome e que ressoe no meu interior com uma tonalidade única, jamais ouvida, mas que seja a sentido da minha vida..”( MAX BLECHER) 

    Após ler a esperança começou a devorá-la lentamente.Sabia que sua felicidade dependia disso.

O Brilho da Escuridão

    

     As luzes ampliaram os horizontes daquela esquina. Ela estava caminhando de acordo com a lógica do seu destino, portanto de maneira singular e com leves passos que eram levados pelos ventos. Aquele ar puro respondia todos os seus questionamentos perdidos em pedaço de pensamentos. Ainda não sabia que horas eram, mas sabia que aquela escuridão e névoa faziam bem para acalentar seu espírito vitalício.

     Logo em frente, encontrou um banco e ao lado tinha um guarda chuva vermelho molhado. Subitamente, sente uma nova existência dentro de si e percebe a vida com outros olhos. Notou que vidro protetor de seus olhos tinha quebrado, brutalmente, de forma tão repentina que naquele momento nem percebeu. Pois, sabia que estava dentro de uma nova fase algo tão genuinamente planejado que se arrepiou. Teve uma breve sensação de liberdade ao refletir diante dos fatos que sucediam como um mar sereno e translúcido.

     Uma luz amarela invadiu seus olhos e recolheu os vidros caídos e reconstruir um novo caminho para ser percorrido. Ela pegou aquele guarda chuva e, serenamente, caiu um cartão umedecido. Sentiu um espasmo dentro de si e resolveu  lê-lo rapidamente e retornou para seu destino incerto que naquele presente mais se assemelhava com mistério grandioso de um futuro breve.

     Quanto mais andava mais força sentia e naquela estrada apareciam todas as cores existentes. Com olhos atentos e sedentos contemplou os novos brilhos dentro daquela escuridão com seus nuances expressivos. Um ressonar trovejou no céu e uma nuvem serena encostou ao seu lado e a trouxe para nova existência da vida. Porque exatamente naquele momento celebrava sua verdadeira transformação, posteriormente, uma luz escapou do céu e gritou na atmosfera, depois despedaçou todos os estigmas de sofrimento, preconceito, dores e qualquer negatividade destrutiva. E com todos aquelas gotículas de vidro reconstruiu a sua trajetória final.

     Uma ansiedade saudável soltou de sua alma e resolveu caminhar mais lentamente, porque tinha certeza que aquele rumo revelaria os seus sonhos que brilharam com véu que transpassa a alma enquanto a sua tristeza escurecia até se dissipar e se perde no vazio.

     Por atrás de todas aquelas cores havia constelações que rodeavam todo aquele espaço, repentinamente, uma borboleta voo e revelou a identidade daqueles eventos. Tudo isso era a vida se humanizado e uma felicidade pacífica e verdadeira brotou como uma flor em seu coração.

     Longe dali, o relógio registrou 3:56 da manhã e ela despertou sabiamente. Esfregou bruscamente os olhos e absorveu as ideias que explodiam em cada pedaço de sua existência. Tinha certeza que aquilo não fora apenas um mero sonho. Levantou-se e foi ao banheiro e encarou e espelho e notou que tinha um bilhete colado escrito: “Suas cores acabaram de brilhar em sua escuridão. Não se preocupe com a névoa.”

     Teve um ímpeto profundo era a mesma coisa do sonho, nem se lembrava deste misterioso bilhete, anotou um pensamento em seu caderninho vermelho e percebeu que estava molhado. Retornou ao sono profundamente claro como a ventania que batia em sua janela embaçada pela chuva que se extinguia a cada instante.

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Os ares da sutileza

    Mais um ano chegou translúcido cheio de grandes verdades a serem caminhadas com muita vontade e certeza palpitante dentro do coração. Vivia a cada passo mais perto de sua felicidade, sentia o ar puro transpassar em sua alma, lentamente, de maneira tão suave.

     Naquele ano viveria suas mil maravilhas ainda não realizadas, mas estavam ansiosamente esperando para cada gotícula do tempo certo. Nessas inconstâncias, navegava dentro de seus sonhos mais lúcidos do que a própria vida sem mistificação.

    A cada sintonia estava cada vez mais próxima de sua dignidade que piscava de forma, incrivelmente, mágica e inovadora. Estava se libertando aos poucos de toda a revolta e sentimentos malignos que faziam parte de um lado sombrio muito pouco revelado. Agora, sabia que nasceu para brilhar como uma verdadeira felicidade distante de qualquer coisa maléfica.

    Estava cada dia mais perto de sua felicidade. Essa era sua canção de suas horas.

Passagens das folhas

Em meados de algum tempo

renascia um campo de novas flores

que exalavam por meio de suas cores

a natureza confortante daquelas memórias.

Aquele ano foi repleto de realizações e transformações,

pois uma linda borboleta branca se tornou

um arco-íris compostas de cintilantes de realidade.

Estava cada vez mais perto de seus mais preciosos objetivos

que seria completar mais um ano inovador com novos desafios

e conquistas.

Cada momento humanizado estava eternamente

guardando dentro de si.

Em contrapartida, aqueles que tentaram destruí-la

foi esquecido para sempre.

Agora é tempo de celebrar o novo sol das realizações.

      As reminiscências daquele ano foram desfolhadas com o outono, plenamente, feliz e recolhidas dentro do passado-presente. Enquanto esperava apreensiva para seus novos caminhos. Naquele instantes, todas as suas pedras se transformaram em uma ponte para construir seus novos sonhos-realísticos.

   “Que venha mais um ano leve como vento sábio como a verdade e aquecido pelo amor humano.”

Procura-se

    Os  dias de minha memória estão expirados neste ano revelador, caoticamente, às avessas de melodias comuns e planejadas. Descobrir que a vida humanizada sempre esteve perto de mim e me sustentava em sofrimentos injustos ou sofrimentos saudáveis que permitem a transformação intensa de todas as proposições lúcidas. Dentro de cada parte que simboliza um progresso de meus suspiros, olho para trás e vejo que tudo que tinha que acontecer exatamente como foi, dentre todas as injúrias, derrotas, choros, revoltas e injustiças foram metaforizadas em um vale de realidade, dignamente, crescente. Portanto as injúrias viraram flores de piedades e reflexões; as derrotas abriram para novos caminhos para o destino;  os choros são, na verdade, mares de crescimentos e águas de sentimentos límpidas que deslizam para o vale da felicidade merecedora; as revoltas formaram uma grande armadura de sabedoria e questionamentos sobre os espinhos venenosos e, por fim, as injustiças se tornaram o manto do reconhecimento verdadeiro de cada alma falante.

    Aqueles doze meses de tantas ações desumanas se transformaram em fumaça do esquecimento. Naquele final que faiscava, serenamente, na minha retrospectiva vislumbrava um futuro-presente tão confortante em que os caminhos são nivelados por novos e inebriantes desafios que denunciavam suas cores translúcidas. Parecia que tudo que estava procurando encontrara. Sim, estou certa dessa decisão, encontrei um meio de aprimorar minhas capacidade prematuras em resultados claros.Prefiro ser feliz ao invés de ter feliz, pois o último é perecível, efêmero. “

    Nas suas reais ideologias vivia imersa dentro de suas conquistas, vitórias, novos futuros e obstáculos o qual enfrentaria para chegar até a reta final. Todavia, ainda não se contentou com algo que a perturbava, levemente, como um sopro noturno em que não mostrava sua origem. No fundo sabia o que significava aquilo, no entanto, não tinha muito acesso àquela parte que se comunicava através de outras linguagens diferentes do que estava acostumada. Era uma nova sensação que não tinha origem certa, porém sabia que essa fazia parte do seu processo de humanização. Tudo aquilo era o ato de procurar. Procura-se em forma de matéria ou espírito aquilo que saiba amar não com palavras, promessas ou idealizações uto-mentira, entretanto, saiba amar por meio da ação, dos gestos, verdadeiramente através do coração da realidade. Procura-se o fazer “eu te amo” não o seu dizer promíscuo e sem razão. Procura-se pessoas humanas que saibam ser justas com outras. Procura-se a verdade que se perde em tantas asneiras. Procura-se a vida digna, íntegra, verdadeira. Procura-se a felicidade incondicional que estava na morada de sua sabedoria tênue, mas pronta para expandir das fronteiras limitadoras que adormeciam nas noites de lua cheia.

    Mas tinha certeza que não precisava procurar pela vida humanizada e nem pela felicidade. Pois elas sempre viveriam dentro de sua mente e de seu coração. Naquela tarde, nada mais entristecia, nem mesmo a incerteza de ser enganada novamente, porque sabia que estava guardada pelo sol da verdade e ela não deixaria nenhuma injustiça lhe a abater. Naquele momento a vida estava além de qualquer definições. Fecha aquele ano com novas reflexões com seu grande amigo, Rubem Alves, que apesar de nunca ter conhecido pessoalmente refletia em sua própria vida.

 Instantes, de Rubem Alves.

Se eu pudesse viver novamente a minha vida, na próxima trataria de cometer mais erros. Não tentaria ser tão perfeito, relaxaria mais. Seria mais tolo ainda do que tenho sido. na verdade, bem poucas pessoas levariam a sério. Seria menos higiênico. Correria mais riscos, viajaria mais, contemplaria mais entardeceres, subiria mais montanhas, nadaria mais rios. Iria a mais lugares aonde nunca fui, Tomaria mais sorvete e menos lentilha, teria mais problemas reais e menos imaginários. Eu fui uma dessas pessoas que viveu sensata e produtivamente cada minuto da sua vida. Claro que tive momentos de alegria. Mas, se pudesse voltar a viver, trataria de ter somente bons momentos. Porque, se não sabem, disso é feito a vida, só de momentos; não percas o agora. Eu era um desses que nunca ia a parte alguma sem um termômetro, uma bolsa de água quente, Um guarda-chuva e um para-quedas; se voltasse a viver, viajaria mais leve. Se eu pudesse voltar a viver, começaria a andar descalço no começo da primavera e continuaria assim até o fim do outono. Daria mais voltas na minha rua, Contemplaria mais amanheceres e brincaria com mais crianças, Se tivesse outra vez uma vida pela frente. Mas, já viram, tenho 85 anos e sei que estou morrendo.

A verdadeira força feminina

     Aquele que ler essas palavra sabe muito do que estou falando. Também, sente na pele o sabor da culpa ou terror da derrota ou o horror da injustiça. Depende de que cor é a sua alma. Se é que todos que me realizam essa leitura possui uma.

Quem tiver a audácia de ferir um coração feminino.

Será no mínimo desintegrado para o fogo da desonestidade

em que poucos sobrevivem e muitos ficam perdidos uma eternidade…

Somos o sangue que escorremos seja ele limpo ou não.

Somos aquilo que fazemos e não o que pensamos que somos..

Por isso, as ações são mais fortes que milhares de palavras sem significados.

Devemos manter nossa alma intacta da imundice que o mundo espalha

o estrume que apodrece muitas almas, portanto pode atacar qualquer um

até mesmo aquelas pessoas que pensam que reconquistaria suas próprias cinzas…

Não podemos nos deixar em transformar em poeiras,

não obstante muitos se tornam um nada tão grotesco que exala seu fedor.

Além de ameaçar injustamente  o poder das mulheres e suas singelas e sinceridades,

porque elas mantém com muita força sua determinação e caráter.

Agredir uma mulher é a mesma coisa de matar a própria mãe com tanta falta de nobreza..

O que mais as pessoas pretendem fazer injustamente?

O que está claro como sol são as verdades que as ações demonstram cada dia mais…

por mais que muitos tentam esconder, jamais destruirá seu verdadeiro espírito…

… que é um ser sanguinário,psicopata, sem caráter, simplesmente

um fantasma do próprios e mais inescrupulentos e gosmentos instintos

que rastejam em imenso vômito de injustiça

Esses fatores revelam a monstruosidade que muitos podem ser…

e quando olham para espelho o que eles vê refletido é a: “próprio podridão escurida”,

encolhida, e totalmente frágil de alguém que pensou ser forte o bastante

para…

derrotar as mulheres e sua força inestimável.

Ninguém vence a verdade de ter caráter e honrar a vida de todos.

Por isso, nunca olhe nos olhos de alguém e ameaça como algo frágil.

Quem é realmente frágil é próprio agressor que mantém uma alma cheio de mofo.

Eles lideram suas almas,

todavia nunca subestime o poder da alma feminina pode ter…

Chega de violência contra as mulheres. Somos seres que merecemos ser respeitados..

Está previsto no Direito Humanos e precisa ser selado.

Chega de atos que rebaixam a capacidade da mulher, pois ela é mais capaz

do que muitos homens pensam.

Chega de trata a mulher como ser frágil que não tem autonomia,

porque ela tem muito mais coragem do que muitos projetos de homens

que rastejam como insetos nos becos em busca de saciar seus estrumes de vontades.

Mas estão perdidos dentro de si próprios e enterrados no túmulo de mentiras.

Muitos deles foram derrotados pelo seus egos de putrefação.

As mulheres já declaram sua emancipação e seu amor pelo mundo.

Por isso, vamos respeitar à vida!

Constelações de uma pipoca

Constelações

 

    Nas constelações da vida vejo muitas luzes que refletem os sentimentos, desejos, sonhos, loucuras e objetivos sussurrantes em formas legítimas e humanas. Para captar esses seres espaciais que estão, ingenuamente, tão distantes e pequenos, porém quando começo a acreditar naquelas tênues estrelinhas, elas passam a se transformar em um grande raio muito maior do que sentimento do mundo e a própria eternidade. Tudo isso acontece, mas é um sofrimento constante que é produtivo e necessário. Por meio dele que seremos capazes de transformar utopias em maneiras mais íntegras de realidade verdadeira.

    Neste exato momento, todas as conquistas felizes ou descontentes, todas as descobertas e aprendizagens fizeram parte de um esplendoroso céu que anoitece todos os dias serenamente, pois uma grandiosa trajetória foi marcada por cada um nós. Para aqueles que estão encerrando um ciclo de muitos conhecimentos e lutas à favor das ventanias linguísticas e literárias que sopraram luzes racionais e deram esperanças para continuarmos a persistir nesse árduo e longínquo caminho que é buscar  todas as constelações da nossa vida humanamente feliz e digna.

    A trajetória necessita, assim como dizia, Rubem Alves que considero o escritor da vida humanizada declara:  “Mas a transformação só acontece pelo poder do fogo. Milho de pipoca que não passa pelo fogo continua a ser um milho de pipoca, para sempre. Assim acontece com a gente. As grandes transformações acontecem quando passamos pelo fogo. “

    Por isso, afirmo sinceramente que muitos  de hoje se transformaram em pipocas e vivem, constantemente, se modificando e tudo isso é partir da motivação dada por si próprio e pelos professores, familiares e amigos que nunca deixaram em acreditar em nós e em como é possível colher cada estrela de sua vontade e transformá-la no majestoso sol da realização.

    Nesse espírito de gratidão e felicidade me despeço dessa fase reflexiva de minha vida e parto para uma nova em que terão novas estrelas cadentes para serem descobertas e aprendidas pela alma do coração e pela força humana da mente. Saiba que nós escrevemos nossa própria história, sendo essas escritas em cima de pedras ou linhas tortas ou ao vento nas entrelinhas ou simplesmente em nossa alma em todas fazem parte de nossa dignidade.

 

 

Certezas…

 Nas linhas daquele coração havia um sentimento que nunca foi despertado ainda, a não ser o amor da família verdadeira dos pais dos avós e irmã. É melhor não ter sentido isso do que ele, simplesmente, acabar.

 Não tenho pressas para poder amar humanamente, pois tenho certeza que minha alma é pura e está límpida como oceano de utopias-realísticas.

O Amor Acaba, de Paulo Mendes Campos

    O amor acaba. Numa esquina, por exemplo, num domingo de lua nova, depois de teatro e silêncio; acaba em cafés engordurados, diferentes dos parques de ouro onde começou a pulsar; de repente, ao meio do cigarro que ele atira de raiva contra um automóvel ou que ela esmaga no cinzeiro repleto, polvilhando de cinzas o escarlate das unhas; na acidez da aurora tropical, depois duma noite votada à alegria póstuma, que não veio; e acaba o amor no desenlace das mãos no cinema, como tentáculos saciados, e elas se movimentam no escuro como dois polvos de solidão; como se as mãos soubessem antes que o amor tinha acabado; na insônia dos braços luminosos do relógio; e acaba o amor nas sorveterias diante do colorido iceberg, entre frisos de alumínio e espelhos monótonos; e no olhar do cavaleiro errante que passou pela pensão; às vezes acaba o amor nos braços torturados de Jesus, filho crucificado de todas as mulheres; mecanicamente, no elevador, como se lhe faltasse energia; no andar diferente da irmã dentro de casa o amor pode acabar; na epifania da pretensão ridícula dos bigodes; nas ligas, nas cintas, nos brincos e nas silabadas 23 femininas; quando a alma se habitua às províncias empoeiradas da Ásia, onde o amor pode ser outra coisa, o amor pode acabar; na compulsão da simplicidade simplesmente; no sábado, depois de três goles mornos de gim à beira da piscina; no filho tantas vezes semeado, às vezes vingado por alguns dias, mas que não floresceu, abrindo parágrafos de ódio inexplicável entre o pólen e o gineceu de duas flores; em apartamentos refrigerados, atapetados, aturdidos de delicadezas, onde há mais encanto que desejo; e o amor acaba na poeira que vertem os crepúsculos, caindo imperceptível no beijo de ir e vir; em salas esmaltadas com sangue, suor e desespero; nos roteiros do tédio para o tédio, na barca, no trem, no ônibus, ida e volta de nada para nada; em cavernas de sala e quarto conjugados o amor se eriça e acaba; no inferno o amor não começa; na usura o amor se dissolve; em Brasília o amor pode virar pó; no Rio, frivolidade; em Belo Horizonte, remorso; em São Paulo, dinheiro; uma carta que chegou depois, o amor acaba; uma carta que chegou antes, e o amor acaba; na descontrolada fantasia da libido; às vezes acaba na mesma música que começou, com o mesmo drinque, diante dos mesmos cisnes; e muitas vezes acaba em ouro e diamante, dispersado entre astros; e acaba nas encruzilhadas de Paris, Londres, Nova York; no coração que se dilata e quebra, e o médico sentencia imprestável para o amor; e acaba no longo périplo, tocando em todos os portos, até se desfazer em mares gelados; e acaba depois que se viu a bruma que veste o mundo; na janela que se abre, na janela que se fecha; às vezes não acaba e é simplesmente esquecido como um espelho de bolsa, que continua reverberando sem razão até que alguém, humilde, o carregue consigo; às vezes o amor acaba como se fosse melhor nunca ter existido; mas pode acabar com doçura e esperança; uma palavra, muda ou articulada, e acaba o amor; na verdade; o álcool; de manhã, de tarde, de noite; na floração excessiva da primavera; no abuso do verão; na 24 dissonância do outono; no conforto do inverno; em todos os lugares o amor acaba; a qualquer hora o amor acaba; por qualquer motivo o amor acaba; para recomeçar em todos os lugares e a qualquer minuto o amor acaba.

Suspiro da alma

amor vomitado editado

Parceria com Bianca GetWhite

     Lentamente, tudo foi descoberto e descobriu um longo manto que escondia muitas faíscas de vida. Quando viu tudo aquilo, sentia uma serenata de vazio que libertou vagarosamente duas almas que eram dignas e límpidas. E para a maior de todas as incógnitas, uma resposta surgiu: A verdade! A verdade!, que talvez não fosse o que esperavam. A verdade, que no fundo as magoava, no entanto,  a única que poderia libertá-las daquilo que as aprisionava com força da cárcere da ilusões.

     O hino da verdade declarou de uma forma tão acentuada e profunda e agora dentro daquelas vidas estavam livres de todo o sofrimento e maldição da luxúria dos desejos. Pois dentro de cada alma guardava com ansiedade a busca inacabada que tinham em suas mentes. Diante daquela perplexidade, saberia que em outro lugar mais puro e honesto encontraria a felicidade, amor, dignidade, vida plena tudo em cima do solo da humanização realística.

      Dentro de suas corajosas virtuosas e suas nobrezas de caráter não havia deixado que a tempestade de águas podres levasse sua fé e todas essas nuances que destacavam em suas trajetórias. A podridão tentou contaminá-la, mas as suas purezas e brilhos reluzentes eram mais fortes que qualquer treva que a tentasse tocar.

     Naquelas profundezas, navegavam sua liberdade tão salvadora e magnífica que encaminhava novos horizontes que cresciam dentro do âmago da integridade daquelas vidas. Por detrás daquilo tudo havia alguém que estava descontente, todavia elas não teriam capacidade de perdoa-lo. Entretanto, apenas o divino e a verdadeira luz poderia tirá-lo do tormento.

     Vozes sibilaram  ao vento:

      Não queremos mais suas desculpas, essas gosmentas palavras que só faz mal. Deixa-nos em paz, pois estaremos buscando tudo aquilo que você não foi capaz de conceber. Tuas desculpas, tuas explicações, ofensas e agressões, nada mais faz efeito em nós. Tuas palavras são jogadas ao vento como folha secas.”

      “Retorne para sua utomentira. Pois agora só restou o esquecimento.”

      Agora, já era outono novamente a estação favorita delas, porque todos os sofrimentos foram esquecidos e se perderam na ventania. Nada muda o passado, por isso aproveite o seu presente serenamente e com sua dignidade intacta. Estavam caminhando juntas para longe de qualquer perigo e ilusão e a cada passo esmagava uma folha seca que se queimou pelo impacto do tempo. Em cima daquela trilha deixava suas pegadas que marcavam o solo úmido e a cada pisada estavam em busca, integralmente, de viver uma vida pura, sincera e humana. Lá no fim da estrada tinham chegado em uma paz humanamente sábia e verdadeira que eram comprovados por fatos e ações.